sexta-feira, 31 de agosto de 2007








"Às vezes, eu ficava de costas para essa parede e imaginava que eu não era eu e que, mesmo que fosse, não estava ali onde eu realmente estava. Naqueles instantes, eu não estava numa gela-deira. Eu estava num universo paralelo livre de tudo, até mesmo das cores. A liberdade plena, inteira. Não havia nada no mundo que não fos-se eu e aqueles azulejos. O próprio mundo em si, esse também não havia. Eu pensava então: dinheiro não traz liberdade para ninguém. Li-berdade mesmo não é precisar de dinheiro. Li-berdade mesmo é não ter televisão, não ter um pensamento, um inseto por perto... a liberdade plena, portanto, não existe. Por que, afinal, eu lutava tanto por uma coisa que não existe?"

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